NEBLINA

CONTEÚDO VAZIO

“Já que este tema foi-se utilizado solenemente como qualquer forma de exemplificação para quaisquer infortúnios do momento contemporâneo. Faça-se este mesmo tema, a sua veracidade pela sua plástica (aquilo que se extrai ao ver uma simpática caixa sem nada), sem absolutamente nada dentro aventurando-se numa comunicação de algo que deveras a de se ter algum conteúdo, mas que carrega apenas um lapso de teoria”

A Caixa. Objeto de resistentes paredes que pretende guardar algo no seu interior são muitas vezes dadas como surpresas em momentos festivos, sendo eloqüente como proteção de presentes, agrados e suvenires de vitrines desejosas. O surgimento de uma caixa, muitas vezes vem da destreza de mãos artesanais e mesmo assim, é intermediário dentre expectativas como recipiente de algo ainda mais raro e digno de proteção.

Mas uma Caixa Vazio sendo seu sentido em sí o sumo conteúdo que nos adentra a discussão infindável que este vazio é eloqüente devido à apresentação de extremidades e propósitos culturais que garantem sua função no zelo de qualquer objeto na condição de forma e dimensão. E aqui, a caixa, que remete apenas a forma de uma caixa e sem mais nada a apresentar, desafiando-nos no pensamento remetente ao estado do sem função desabando no tal;  nada se propõe e que por analogia disso, observamos as Vidas Contemporâneas e frágeis como Vidas emanadas em caixas que vazias adentro de uma estranha lógica do quase nada; firma-se como grande conteúdo que ainda possivelmente perante o momento e conjuntura pós-moderna é dada como crível e até lamentável que de algo sem nada, tem-se a busca que mesmo ilusória, de um objeto que um dia ali esteve ou um dia existira.

Tudo é um paradoxo cansado em sí mesmo que se aceita no vazio como proposta de um conteúdo ilustrativo que miseravelmente diriam; é a única possibilidade de segurança de algo que ainda não existe ou que nem precisa existir para estar ali dentro desta dimensão que se vale como fim próprio sem que nada dentro da caixa valha como algo de precioso, a não ser a própria caixa como ironia infalível dos nossos tempos sombrios.