Luiz Felippe Cruz. Um peregrino no rumo de uma paixão inesgotável.
Difícil definir uma paixão. Mais difícil ainda definir a arte.
Ambas são infinitas. Só minha existência encontrará um fim.
Mas não meu olhar, hoje mais afinado e afeito ao belo.
Assim caminho, eu e a arte, juntos e feitos um.
Já fiz, já vi, já busquei por ela em todas as partes até encontrá-la em mim mesmo.
Que outro destino pode ter um grande amor senão fundir-se ao próprio ser.
Origem e destino resumem-se a um ponto, raiz da linha, mãe de todos os horizontes.
Mas eis que minha paixão transborda de mim.
Ela vive em muitos outros, naqueles que encontrei pelo caminho e nos muitos mais que haverei de cruzar.
Porque meu caminhar não admite um fim enquanto durarem meus dias.
Nós que trazemos a arte na alma somos assim: alunos, aprendizes e às vezes professores, buscadores incansáveis dispostos a tudo, sem medos ou obstáculos, com sacrifícios os mais incríveis e – não raro – com meios mínimos, mas alimentados por um amor que jamais arrefece.
Pois só o sabe o ser que jaz por trás do gesto próprio, o gesto da arte.
Arte é muito mais que um olhar sobre o invisível, é o totalmente outro de tudo aquilo que há.
Texto gentilmente elaborado por Álvaro Arthur de Castro