Passei anos resistindo manter o que tanto estudei. Vivenciei anos (…noites em experiências) … Milhares de dias nas Mostras mais célebres de VideoArte/Artes Plásticas e ficções. (Leituras/Simpósios/Defesas/Aulas dadas e muitas recebidas/_Ensaios/_Crônicas/_Conversas com Notoriedades e melhor; notórias conversas com pessoas que como eu, quase comum!). Tudo forjado separadamente e protegido dos acontecimentos que me rodeavam e que passaram, mas estas conteúdo! Todos Preservados em escritos e lembranças firmadas em mantras na forma de pensamentos.
Tudo, (tudo) isso, tornou-se por conta desta magnitude a minha preciosidade que um dia um arqueólogo (_Pode ser vc que está lendo ai, agora), arqueólogo das redes digitais, assim encontrou ou foi provocado por encontrar tornando algo escolhido de singelos trabalhos ainda que sem pretensões num toque de en passant nas teclas do piano, uma sinfonia como foi Sarabende de Handel ou no final de uma filme cuja sua paralisação ao pensar que tudo que foi visto vale todas as letras do letreiro correndo pela tela, chegou. Tudo. Porem! A minha proposta não tem NADA a ver com Vídeos assertivos por ai ou vídeos só de captação pelo simples fato de captá-los. Não desenvolvo neste trabalho (neste curso) vídeos apenas de efeitos. Construo um conjunto de diálogos que envolvem desde a forma e o meu processo de pensamento e provocação para um Vídeo Arte que ora, emerge de inúmeras apreciações em textos, filmes, artes e fatos. Ora, por acidentes Criativos (Fayga Ostrower), pela gloria das diversas ironias.
Compreendo até aquela tal força das tais conexões simbólicas nas nossas vidas que nós vicia fatidicamente, mas prefiro os caminhos sem muito didatismo e que esculpem o merecimento de certa apreciação e espanto. Num exemplo prático do nosso curso; Explico, dialogo com você, e no item: Relicário de Imagens – peço-lhe que recorde das Imagens daquelas que qualificamos como incríveis ou sutilmente relevantes para o nosso íntimo. Toque uma música e faça-se ouvir no seu silêncio e deixe que um estranhamento se rearranjar. Isso é a nascente de uma videoarte. Um doce alumbramento sem vontade algum de explicação, apenas um ordem de imagens captadas, arranjadas que se torna algo apreciador sem as poses espetaculares que já cansam a todos nós.
Objetivamente faço nestes encontros, uma caminha da por via de um “happening” de reflexões e até revelações autorais que eu mesmo não consiga fazê-las do mesmo jeito noutra data ou noutro tempo. Eu entro na data combinada; falo contigo arregimento conteúdos audiovisuais e textuais bem selecionadas e nas mais diversas palavras, estabelecemos uma neblina entre o que se precisa ver para “andar” e aquilo que não se precisa mais enxergar devido a beleza dos vapores de ar que nos envolvem.
Forneço nestes encontros, um momento que já se vale como fazer inspirado ou mesmo, a tão rara conversa de repertório que sutilmente ou objetivamente lhe fomentará ainda mais coragem no ampliar da sensibilidade diante de um universo onde só existe a insuportável condição contemporânea dos eixos massificastes da eficiência e eficácia. Pois, aqui, o que vale é toda a forma de realização observando o processo das conversas, observando as seleções para tais perspectivas. Intimidades puídas de incertezas e acidentes criativos que o mundo das certezas repele por inexistências de um mundo limpinho e cheio de justificativas sem sentido. Aqui; a lentidão. Uma fagulha dos gestos. Um papel em branco desamassado. Um copo com leite. Um andar por um fio amarelo de meio de rua. Será tudo isso, algo poeticamente atribuído e por fim; talvez a Obra Autoral.
/Agosto2021/CursoPoesiadaImagem/CartaAchadaNoChãodaMinhaMentenaDespedida/VIDEOARTE/LF