NEBLINA

GEOGRAFIA DA ARTES MODERNAS CONTEMPORÂNEAS.

Breve diálogo diante das transições das Obras perante suas formas de existir, valorizar-se e mover-se na História através das mais diferentes forças que qualificam suas equidades. 

Um dos Passos para se aproximar e compreender uma Área, seja ela científica, religiosa, social, econômica, histórica, e remete-la primeiramente no estado classificatório dos fenômenos em camadas e estágios permitindo assim certa configuração que mesmo frágeis ou filiformes, possam apresentar denominadores comuns delineando geografias de suas extensões tornando-as dignas de identificação. 

Logicamente esta condição linguística ou formativa na compreensão humana sobre fatos, documentos de múltiplos gêneros ainda não respondem há todas as nuances e volumes concernentes às áreas acimas exemplificadas, mas faz observar que certas ordens de valores fatalmente sempre se assemelham, aproximam-se e organizam-se idilicamente possibilitando um nível didático entre as partes.

 

Para com estes fenômenos valem-se prostrar-se com severa reflexão solta medindo as equidistâncias segundo os comportamentos dados as mais diversas Obras, Artistas, Galerias, Museus e mesmo ensimesmando, vale-se do golpe de sorte perante uma conversa tramada juntamente há uma colega de forte talento reflexivo, crítico e filosófico cujo ”àgora” mantivemos entre o interregno nas feiras de Artes, colóquios, que fez emergir de sua própria explicação, um suposto rearranjo entre trabalhos artísticos nos formas de camadas geográficas dadas para as Artes Plásticas que envolvem; pinturas, esculturas, peças variadas contempladas por muito atores institucionais como; Galerias, escritórios e lugares das expressão, uma (arrumação reflexiva) que nomeou-se numa primeira instância, numa classe de Artes dentro do circuito modular qualificando-as de Classe dos Consagrados – homologando-se na (Classe A). Explica-se isso  objetivamente nas Obras já perenes/consagradas, com histórico definido, elaboradas por Artistas que grande porte que fizeram-se em Salões de grande repercussão como nas diversas Bienais e Feiras variadas. Obras estas, que qualitativamente adquiridas por colecionadores e desejosos se avolumaram no tempo próximo de outros artistas prestigiados numa corrente com  dialogo que edificaram-se em temas pujantes e até sutis, se assim preferir, mas galgaram atenção de seletivos Investidores e Colecionadores de alto gabarito na escolha condizentes a dupla qualificação que roga a história e a técnica com elevado fator estética-filosófico por conseguinte. 

 

Trabalhos estes, que se relacionam ora com temas nacionais ou reveladores de desequilíbrios sociais ou mesmo de apreciação aos olhos daqueles que se prestam as suas admirações tão afiadas, ou mesmo sem tema algum como irreverência. E mesmo naquelas Obras tenham passado num circuito de grande “Gala” deste Universo, muitas vezes o material envolvido é igualmente concernente de uma extrema qualidade e não obstante, estes materiais envolvem apetrechos como: Óleo, pinceis e adereços que são devidamente planejados e assim disponibilizados por cias, ateliês de fomentos dadas aos materiais artísticos de forte compromisso e realização quase que secular, soma-se a grande now-how. 

Estas Obras abrandam-se na perspectiva da perspicácia que outrora foram imbuídas de mistérios e revelações com tratativas curatoriais dadas por críticos e especialistas com louvor consultivo sendo endossadas por uma elite de consumo e intelectualidade muitas vezes “ bem postas” e comprovadas no interregno de coleções dimensionadas ora por outras magnitudes que fatalmente acoplaram-se aos feitos das Artes emergindo-as em patamares de valores monetários inimagináveis, ora por soma de esforços históricos. 

Ou seja, nada por acaso como muitos assim acreditam ingenuamente. Nada! Mas nem sempre tão aparelhado como se defende erroneamente no Setor. Apenas atribuições qualitativas numa realidade artística comprovável e não verossímil.

Porém, as margens de concretização subjetivas e estruturantes que se somam a imaginação dos especialistas, colecionadores e galeristas, tornam-nas, estas Obras, nas mais incessíveis até mesmo aos seus aquisitores. Noutras palavras; formam-se numa linguagem, num comportamento sutilmente valioso no ato de aquisição perante a oportunidade que também perpassam da vontade pessoal e de recursos financeiros avançando-as para um charme que estranhamente forma-se e indiretamente cria-se na alta subjetividade; um ”Clima” de grande devaneio sobre os trabalhos onde muitos defendem como necessário e sem julgamento de perversidade ou tranquilidade ao “objeto” que se modifica por senso e códigos de grupo como assim se defendia na filosofia a caminho da Obra Prima.

 

Obras estas que impressionam na melhor medida possível e atingem olhares dos mais recentes (novatos), ou mesmo naquelas pessoas que perpassam pelas Artes por meio de comentários didáticos nas escolas, centros e viagens de grande alegria aos mais proficientes estudiosos da área e sendo elas já consagradas, emulam-se em Museus (lugar que cumpre o perfil  garantidor pelo seu tamanho) na costumeira condição selecionadora dadas nos acervos, quase secretos.

Já nas Galerias, apriore, são organizadas em coleções de grande investimento ou mesmo para jovens colecionadores argutos de suas escolhas e observações dentre tantas equações de sucesso e realização.

 

A Categoria “A” tem a condição retumbante igualmente dada pela assinatura do Artista aqui e acola, que alvissareiramente na sua longa dúvida no tempo perfilado no rigor dos estudos e sutilmente formado nos dias subsequentes no ateliê em suas próprias residências, exaltadas nos momentos de se recolher no ambiente de criação arregimentado entre livros e conversas com homens do circulo das Artes dos mais diferentes meios e interesses, faz-se inexplicável.  Logo, nesta confraria, eles pesquisam, auto  desafiam-se por anos. Solapam-se em pensamentos e experimentos. Esbarra-se em mostras, vernissages, encontros, colóquios, universidades, galerias e centros voltados as Artes. Vivem por eles nas Artes aguerridamente sem qualquer troca aparente. Suas Obras tomam viva própria e solidificam-se em cores, traços fatídicos, efeitos entremeados de truques esperados e inesperados. Atingem histórias inventadas e perpassam entre lendas que atingem pessoas muito imaginativas que sem fôlego; dizem coisas fatos absurdos sobre tais e tais Artistas saudando-lhes ao patamar de gênio da raça ou intrusos simplesmente. Agraciam o grupo de fazedores celestiais com a dádiva magnifica e digna de total espanto entre Olhares.

 

Esta Geografia flutua entre a justificativa de alta excelência à arbitrariedade divina compreendida no tempo quando sua interpretação não só causa estranheza, mas fatal vislumbramento chegando ao êxtase intelectual causando o efeito rebote no interessado reemendo-o na fúria aquisitiva alocando-a na tão sonhada parede objetiva como altar reverências e sobressaltando o orgulho que é na realização divinal é uma herança na forma de oportunidade e não de disponibilidade, sendo a Obra o escolhedor de seu destino.

 

De qualquer forma, a classificação A não é desavisada, suas entranhas são construídas ora no tempo, ora na técnica e tema. Mesmo ciente que o depósito de credibilidade seja dado também por interesses vaidosos de grupos, suas confecções são bordadas por atribuições até estranhamente inteligíveis com dicotômica condição responsiva eloquente.

Mas isso tudo é Deveras apenas a proximidade com o segmento e consequentemente com uma parte possível deste Universo chegando ao ato febril da colocação da Obra num lugar de maior respeito na residência, sendo isso um fato entre pessoas despertas ou menos inocentes aos reais feitos do Artista sendo o dia de escolha como dia notável de uma efeméride.

No desdobramento partindo da escolha ao local onde esta está ou aquela Arte poderá igualmente reverberar em comentários entre pessoas que com seus olhares, atestam pela boa admiração ou silêncio de suas soberbas inclusas em estados de intimidades.

 

 

Noutros raciocínios, nunca se tem controle destas densidades na Obra de Arte quando neste nível de realização e formação é alvo por muitos nestes poucos afortunados diante do longo período da vida humana ao raro brilho que os olhos acometem-se por baluartes de poderosos.